É com grande alegria que retorno depois de quase um ano a escrever aqui no meu blog. Nossa, posso fechar os olhos e olhar para trás e ver como em quase um ano a minha vida deu uma guinada radical de 90 graus. Ser mãe é uma experiência maravilhosa e encantadora, uma descoberta linda, a cada dia saber que podemos ser muito mais que imaginávamos antes da maternidade, uma capacidade de ser mais forte e mais determinada, é a força do amor que agora parece não caber mais dentro de mim, me sinto a mulher mais feliz do mundo e tudo em mim se completa agora, só posso dizer: obrigada Deus!
Bom, estou escrevendo justamente no mês em que geramos Sarah, há um ano voltávamos de férias de Recife e tínhamos planos de começar a produzir nosso CD, mas Deus tinha outros planos e no dia 19 de setembro de 2010 recebemos a notícia de que seríamos pais. Confesso aqui que depois de ter passado por duas gestações interrompidas eu não me animei muito não. Só que com o passar dos dias os sintomas iam ficando mais claros, os enjôos mais frequentes e vômitos, muuuuuuito vômitos que se seguiram até o quarto mês, lembro da carinha de Geovane me vendo chegar muitas vezes as pressas da rua pra ir ao banheiro botar pra fora toda a pizza, todo o jantar e tudo que entrava e tinha que sair. Quando a barriga começou a aparecer foi outra sensação linda, a gente não ver a hora de começar a mexer dentro da gente e saber o sexo. Em meio a todas essas descobertas descobri que o mioma que tinha de 3 cm tinha crescido para 9 e outro que nem existia resolveu surgir com 5cm, aí começou nossa luta porque o de 9cm se alojou entre a bexiga e o intestino ficou quase uma semana sem conseguir ir ao banheiro e cólicas, muuuuitas e fortes cólicas, de médico em médico só ouvíamos diagnósticos negativos, um médico nos propôs aborto alegando que as fortes dores não cessariam, pelo contrário aumentariam e se tornariam insuportáveis (o que realmente aconteceu, as dores se tornavam insurpotáveis a cada dia), outro foi taxativo em dizer que teria que abrir e tirar tudo (miomas e o nosso bebê), outro que faria uma cirurgia colocando o intestino pra fora até a data do parto e só então colocá-lo pra dentro e outros que não nos davam nenhuma solução. O que nos confortava nessa luta era saber que Sarah estava bem, crescendo e ganhando peso, lembro bem de um dia que senti tantas dores e tendo medo de perdê-la fui fazer uma ultrasom, pra minha alegria e surpresa ela estava tão bem ali guardadinha chupando o dedinho sem se abalar com nada.
Por fim, chegamos aos quase sete meses, aí outro susto de ameaça de parto prematuro, e depois disso repouso absoluto, fui orientada a ir embora daqui o quanto antes pra Salvador ou Belo Horizonte justamente pra impedir que ela viesse a óbito se nascesse com 33 semanas, aqui o único hospital Neonatal estava cheio e nesses estados nós teríamos mais chance de não perdê-la. Mas Deus é realmente o Deus da provisão e do cuidado, nesse período todo nós fomos cobertos de muitas orações, nossa quanto foi importante saber que em todo o momento nós recebíamos orações de pessoas que nem conhecíamos e que estavam se unindo a nós naquela luta. Mudamos de médico e foi aí que tudo foi se encaminhando, minha mãe veio para cuidar de mim, pois a essa altura eu não podia mais fazer nenhum esforço por causa do repouso absoluto, em toda a gravidez eu só aumentei 1kg e isso me incomodava bastante, hoje não mais (rsrsrrsr a mama também não tem deixado a gordurinha muito comum na gravidez chegar).
Quando enfim marcamos o parto para o dia 16 de Maio fui liberada para andar e andeeeeeeeeeeeeeei bastante com minha mãe aqui depois de quase dois meses sem sair de casa, recordo que fomos a Missa no dia 10 de Maio e no momento em que comungava pedi a Deus e Nossa Senhora pra sentir tudo que uma grávida sentia: o rompimento da bolsa (que é o sinal claro e natural de que chegou a hora), e as contrações. As vezes não sabemos o que pedimos (nossa é dor demais gente), foi então que a 1h da manhã a bolsa rompeu e as contrações que eu pensava vinham gradativamente chegaram com força total, fomos correndo para o hospital e lá outra notícia que nos deixou apreensivos, o cordão umbilical tinha descido e poderia enlaçar o pescoçinho dela e ser fatal, só que Deus não faz a obra pela metade e na madrugada do dia 11 de Maio nossa princesa veio ao mundo com os olhos mais lindos que eu já tinha visto em toda minha vida e naquele momento em que a vi pela primeira vez pude entender um pouquinho do que Deus sente quando está nos tecendo em Suas mãos: é amor incondicional.
Bom, quero partilhar outras coisas da maternidade e nossos novos projetos, prometo não demorar muito.
Um forte abraço gente!!!!!
Deus nos abençoe!
Flávia Almeida 